SINISTRO



"As criaturas sobrenaturais surgem sem aviso, nos lugares menos esperados e com os aspectos mais surpreendentes.
Por isso, cuidado, nunca podemos ter certeza de que estamos realmente seguros, mesmo no interior de uma casa."


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Este fato ocorreu quando eu e três amigos meus fomos para um sítio da tia de um deles.
Ocorre que no terceiro dia em que estávamos lá, aconteceu a coisa mais incrível e estranha que nunca nenhum de nós havíamos passado ou presenciado.


Já era noite e estávamos em um dos quartos, o primeiro quarto do corredor do sítio, e o sobrinho da dona do sítio, o Tadeu, pediu para o nosso amigo Marcelo apanhar mais vinho na adega que ficava em um andar abaixo, descendo a escada da sala, como se fosse o porão da casa,
Mas a escada descia e era aberta, como um buraco na sala que levava ao subsolo até chegar na adega.
Porém, logo após ele ter saído em direção a sala, eu e o Tadeu saímos e fomos ao encontro dele, porém o Marcelo estava parado na sala olhando para a escada que era larga e com vários degraus até chegar lá embaixo, era uma imensa e cumprida escada.
Ele estava paralisado e olhando algo no fundo da escada e que não conseguíamos ver do local em que estávamos.
Então fomos até ele e o que vimos foi realmente perturbador e assustador.

No final da escada havia um homem bem pequeno, mas não era um anão, era menor que um anão, com cara de mau e os olhos tinham algo de muito sinistro, olhos de raiva.
Ele estava no fundo da escada e de costas para nós, porém olhando para trás com a cabeça toda voltada para o Marcelo, e quando chegamos, a cabeça dessa coisa, que parecia um anão mas não era um anão, rodou mais ainda para alcançar eu e o Tadeu, e aquilo ficou olhando para nós.
Aquilo tinha uma boca sem expressão, tudo era esquisito naquela coisa, era como um homem em miniatura mas realmente sinistro, com grandes e grossas sobrancelhas.
O mais estranho é que segurava algo vermelho em uma das mãos que não descobrimos o que era, e após alguns instantes, aquilo virou o corpo para frente na direção da gente e começou a subir correndo as escadas em nossa direção, mas quando dei por mim, somente eu estava na sala, pois o Tadeu e o Marcelo já haviam sumido e entraram no corredor,
e aquilo estava correndo, subindo a escada.
Então mais do que depressa eu disparei na direção deles e quando eu entrei no primeiro quarto do corredor eles fecharam a porta com bastante força, trancando ela.

Ficamos atônitos sem saber o que dizer, o que falar.
Em seguida ouvimos o barulho de movimento no corredor indo para os outros quartos, mas acontece que no corredor existia um telefone em uma mesinha, e ouvimos o barulho do telefone caindo, como se aquela coisa tivesse esbarrado no fio do telefone e jogado ele no chão.
Ficamos com o ouvido grudado na porta tentando ouvir outros barulhos, mas só ouvíamos o barulho do movimento como se fossem passos rápidos, indo até o final da casa e voltando. Depois ficou tudo em silêncio e foi aí que nos perguntamos: o que era aquilo afinal?

Ficamos ali, os três marmanjos de mais de trinta anos na cara, assustados e por um bom tempo tentando ouvir mais alguma coisa, mas não havia som nenhum, tudo quieto.
Até que resolvemos abrir a porta do quarto e investigar, mas antes o Marcelo saiu com uma raquete de tênis, o Tadeu com uma tesoura e eu com um spray de latinha com tinta azul, para jogar nos olhos daquilo, era o que tínhamos no quarto para nos defender, caso aquela coisa sinistra aparecesse na nossa frente.

Quando saímos do quarto, vimos que realmente o telefone estava jogado no meio do corredor, como se alguém tivesse passado e esbarrado no fio com os pés, tal como acontece com a gente em casa as vezes.
O telefone estava jogado com o fone no outro lado.
Ficamos sempre juntos vasculhando a casa toda do sítio, mas não conseguimos encontrar nada.
Fomos até a adega e também não havia nenhum sinal daquele homem pequenino mas com cara de mau e sobrancelhas grossas.

Resolvemos então ficar mais dois dias no sítio, porém, sempre ficávamos juntos e na hora de dormir trancávamos o quarto e dormíamos os três juntos.
Chegamos a conclusão de que aquilo não era um anão, tinha olhos de raiva e o jeito de virar a cabeça parecia aquele filme de terror "O EXORCISTA" em que a Linda Blair girava totalmente a cabeça sem virar o corpo, como se fosse um boneco.

Nossa conclusão é que não foi ilusão de ótica nem coisa parecida.
Nós sabemos o que vimos, e todas as descrições com algo vermelho que ele trazia em uma das mãos também foram vistos por todos nós e depois o barulho do telefone caindo e os passos indo até o final da casa e voltando também. Não sabemos muita coisa, mas a única coisa que temos certeza é de que aquilo não era humano.

 

 

 

 

Max - São Paulo - SP
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